quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Histórico Sarau da Cesta
Realizamos no dia 26 de maio (sábado) de 2012 a décima nona edição, “ Poesia Para Além dos Muros” na Casa de Cultura Butantã, em conjunto com o sarau mensal realizado na mesma, contando com a parceria dos escritores locais.A proposta foi suscitarmos o debate com relação ao acesso à faculdade, o fazer poético e suas notações sociais para além da universidade. Além, é claro, de lermos muitos poemas de diversos poetas representativos da literatura brasileira e universal e, principalmente, de autoria própria, além de performances teatrais e muita cantoria.
A primeira edição foi no dia 3 de Abril de 2009 no EPEL(Encontro Paulista dos Estudantes de Letras – que não acontecia há 20 anos) no lado externo ao prédio da Letras, na FLCH-USP
A segunda edição aconteceu em 15 de maio com o tema: Você vai deixar sua vida ser regulada pelo mercado?
Neste dia incorporamos um carrinho de supermercado que utilizamos como cavalete para um dos colaboradores pintar quadros, mais adiante serviu e serve para carregarmos os chapéus, banco, mancebo, tintas, além, é claro, para trazer, levar e compartilhar livros, uma cesta!
Na terceira edição em 8 de Junho nos incorporamos ao movimento de greve na USP. Realizamos o sarau em frente à reitoria com o carro de som do SINTUSP (Sindicato dos Trabalhadores da USP), com a participação de funcionários lendo poemas.
Na escadaria central, em 27 de Agosto, a quarta edição foi junto com os guerreiros poetas do livro Ávida Espingarda (feito com a participação dos alunos da FFLCH-Letras da USP).
Na quinta feira, dia 24 de Setembro, a quinta edição do Sarau da Cesta junto com poetas do Sarau do Querô e integrantes da Revista Áporo entre outros guerreiros da poesia: Primavera dos Bixos!!!!
Fizemos a sexta edição do Sarau da Cesta, na quinta dia 29 de Outubro, em co-realização com o Noite nas Tavernas, iniciativa do Centro Acadêmico(C.A) da Letras- USP, gestão Olhos Livres, que aliou-se ao sarau desde o primeiro momento até sua última hora de mandato. O núcleo temático foi o período de eleições para o C.A: Vote Sarau da Cesta!!!!
O último Sarau da Cesta do ano 2009, mas não menos importante, contou com a presença de integrantes do Sarau da Casa das Rosas e a Turma do Morro do Querosene. Aliás, a sétima edição foi a derradeira daquele ano, porém num movimento gradativo, consciente e revolucionário acreditávamos ser possível preencher os hiatos: um conjunto de escritores mais ou menos conscientes do seu papel, um conjunto de receptores e um mecanismo transmissor: Sarau da Cesta, FFLCH-Letras, Revista Áporo e outras possibilidades de publicações tais como a coleção Feito Na Letras.
Em conjunto com o CAELL – Gestão Veredas, dentro da Calourada USP/ 2010 - Bixos: Melhores dias Verão foi o tema da oitava edição do Sarau da Cesta: encontro marcado no dia 23 de fevereiro (terça-feira) às 21h na escadaria central na FFLCH-USP Letras. A proposta foi debatermos acesso à faculdade, o fazer poético e suas notações sociais, com escritores convidados tematizando as relações do movimento de literatura periférica, mapa de poesia de saraus e a instituição acadêmica.
Em março/2010 recebemos o convite da Associação dos Amigos da Casa das Rosas, da Língua e da Literatura ( POIESIS) para apresentarmos o Sarau da Cesta no metrô Santa Cecília.
Realizamos dois atos simbólicos, em Abril e Junho/2010, respectivamente, em apoio aos alunos do CRUSP na ocupação da COSEAS e à greve dos funcionários com Reitoria Ocupada.
Em maio/2010 fomos convidados desta vez pela ONG Ação Educativa que abriu as portas de seu auditório para realizarmos nosso “Sarau da Cesta”
Em Agosto/2010 publicamos a "Entrevista com o Coletivo Maloquerista". Em Setembro dia 23 (quinta) às 21h na Escadaria Central da Letras FFLCH-USP na décima terceira edição, a fusão do Sarau Portátil+ Sarau da Cesta= Sarau Portátil da Cesta : " Independência tem seu preço.
Na décima quarta edição na Calourada USP 2011 no dia 22 de Fevereiro(terça) às 22h na Escadaria Central da Letras –FFLCH-USP convidamos o Sarau Encontro de Utopias (dos parceiros Fábio Abramo e Regina Tieko) e contamos com a presença dos escritores J.H Calazans, Ivan Antunes, Ana Cristina Martins, Isidro Iturat, Carlos Galdino, Paulo Almeida, entre outros, além do lançamento do DVD 3x4 do músico Haroldo Oliveira e sorteio de livros para os nossos convidados principais: bixetes e bixos ! ! !
O Sarau da Cesta completou dois anos (Fundação 3 Abril 2009) com Paulo Rams, William Delarte, Regina Tieko, Paulo Almeida, Eufradísio Modesto, Cássio Aquino, Rose Campos, Marco Pezão, Haroldo Oliveira, Rubens Ramon Romero, Ivan Ferreti, Jairo Araldi, Edmundo Barboza, Tatiana Busato e Cláudio Laureatti, além é claro, de muitos outros parceiros da cena poética paulistana. Foram mais de 3 horas de sarau. Todos artistas. Todos possíveis.na Galeria Olido dia 09 de maio/2011, na esquina da avenida São João. Todos contemplados!
A décima sexta edição com a Récita Maloqueirista de Caco Pontes, Valéria Araújo, Berimba de Jesus para o lançamento do livro “Varal de poemas” volume 1 e presenças de Tatiana Busato, Caroline Micaelia e Cláudio Laureatti.
A décima sétima edição Poesia independente foi na Letras –FFLCH-USP no dia 16 de setembro/2011, contando com escritores convidados tais como Nicanor Jacinto, Jurandir Barbosa, Fábio Boca, Marah Mendes, Hugo Paz e , entre eles, Paulo Rams,o rapper Vinão AlôBrasil e Fabner Camilo(Big Bang 59 Ska) do Coletivo Perifatividade. Presentes também Emerson Alcade e William Delarte, com seus respectivos livros, "(A) Massa" e "Sentimento do fim do mundo", o músico Haroldo Oliveira, estudantes do curso e o professor da língua Tupi Eduardo Navarro.
A décima oitava edição “Sarau da Cesta é Pedagogia” realizamos na FEUSP ( Faculdade de Educação) no dia 29 de fevereiro/2012 contando com a parceria dos estudantes, professores e funcionários na Calourada USP 2012.
domingo, 22 de abril de 2012
3 anos de Sarau da Cesta
O que há de novo? O inferno dos saraus...
( Ou o complexo do fracassado segundo F. Nietzsche? Ou nova velha história da amizade, esse amor que nunca morre?)
O inferno dos saraus no qual vivemos todos os dias que fazendo saraus estamos juntos: o inferno dos saraus não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui. Existe 2 maneiras de não sofrer o inferno. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte dele até o ponto de deixar de percebê-lo.
A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço.
É certo que as pessoas estão submetidas a fortes pressões que as levam a aceitar aquilo que elas mesmas, por vezes (pasmem?!...), obstinadamente insistem em negar ser infernal: a redução de todos ao nível de plâncton, transportado por ondas casuais e sem encontrar um lugar onde permanecer ou apoiar-se para resistir à maré.
Estudo, trabalho constante e desapego ao glamour artístico (enfim...delicadeza e humildade...palavras já tão desgastadas e por isso mesmo necessárias de revitalização....) poderiam permitir lançar bases sólidas possibilitando prosseguir com a espinha ereta, a mente quieta e o coração tranquilos em todas as circunstâncias.
Os sarauzeiros levam uma vida fatiada em episódios, cada um dos quais com um novo início e um fim brusco, parecem não perceberem ( ...ou até mesmo percebendo...o que não deixa de ser igualmente pior...) a necessidade de uma educação artística que busque lhes fornecer os instrumentos idôneos para um mundo poético melhor ( ou pelo menos, para um mundo que se mova a uma velocidade inferior em relação àquela agitação de apresentações bobas e às vezes idiotizantes que beiram à histeria nos saraus, principalmente, os mais badalados...)
Os artistas verdadeiros levam à vida fugindo disso (...sem deixar de dialogar, é claro!), deslocando-se de um sarau para outro. Não se preocupam com a velocidade impressionante com que as apresentações se sucedem, ama e envelhece no amor à sua arte, muda o ritmo e sabe que tornam-se vãs essas quantidades excessivas de gente exibicionista e doentes da febre dos saraus. Isto é visto pelas mentes sãs com uma enorme suspeita e como uma ilógica perda de tempo. E, para não dizerem que não falei das flores, à vezes no meio dessa merda toda, surgem algumas poucas amizades verdadeiras, que , ao fim e ao cabo, é superior não só à arte quanto ao amor: a amizade !
Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta! ( C. Jung)
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Carta ao inventor do Rodas - 3 anos de Sarau da Cesta
Carta ao inventor do Rodas ( 03 de Abril de 2012 – 3 anos de Sarau da Cesta )
“ E para o sr. João Grandino Rodas tudo ? Nada ! ! !
E para o Sarau da Cesta nada ? Tudo ! ! !”
“ A roda é uma das 6 máquinas simples com vastas aplicações no transporte e em máquinas mecânicas, caracterizada pelo movimento rotativo no seu interior.”(Wikipédia). Alavancas, cunhas, molas, eixos de engrenagens e planos inclinados são os outros 5 dispositivos mecânicos. Simplesmente, são espécies de ferramentas capazes de alterar forças, ou para ser ainda mais simples, mudá-las de direção e sentido. Mas ao que isto interessa neste momento de formação de greve? Que o sr. João Grandino Rodas pode ser apenas correia de transmissão de forças muito maiores e mais malignas do que ele em ação. Ganhou a atenção da mídia o último processo sucessório da USP, expondo e ampliando o debate sobre o autoritarismo da estrutura de poder na Universidade de São Paulo, internacionalmente reconhecida a melhor universidade do país. Se considerarmos o levantamento do INEP / MEC, a maior é a UNIP (Universidade Paulista), também levando em conta o número de alunos e em termos de campi espalhados quase em todo território nacional. Existem os ingênuos, porém não existe ingenuidade. A disputa na educação brasileira é a respeito dos diferentes projetos de universidade que coexistem , em disputa não só na USP, porém em todo nosso país. São Paulo é grande mas não é o Brasil.
Voltemos à invenção do Rodas. Assim como nosso objeto circular foi originado do rolo de um tronco de árvore, aconteceu ao jurista e ex-diretor da Faculdade de Direito da USP ser indicado pelo governador do estado de São Paulo mesmo sendo o segundo mais votado de uma lista tríplice para reitor, fato que não ocorria desde a ditadura militar. Também para enrolar um pouco mais o caso, questiona-se inclusive sua ascensão ao posto de diretor da Faculdade do Largo São Francisco. Mas basta de enrolação ! A pergunta é : qual modelo de universidade queremos? UNIBAN ou UNESP ? UNINOVE ou UNICAMP ou ? UNIP ou USP ? Estácio de Sá ou UFRJ ? Queremos que as universidades públicas, estaduais ou federais, entrem na Feira do Rolo Internacional da Educação, onde compra-se, vende-se e troca-se o que quiser, e neste caso, elas aqueçam ainda mais o mercado mundial de mercadorias ou seria melhor estatizar as demais universidades, isto é , ao invés de transferência de renda via estudante ao empresariado da educação, fazer o contrário: o Estado brasileiro comprar as que apresentarem problemas em manter-se funcionando? Propostas, propostas, propostas.
A roda é princípio básico de muitos dispositivos mecânicos. A roda da história também pode ser invertida. Roda da educação que roda cidadania que roda uma outra história possível. Agora falar fatalisticamente que não rola rodar outro filme, outro Brasil, parece mera covardia de povo amendrontado e de classes dirigentes mancomunadas com interesses pouco ou nada nacionais. As ações extremistas colocadas em prática como são as ocupações, dentro e fora dos campi por todo o país, sinaliza que os problemas de nós, brasileiros, incluem terra, moradia, educação básica, muito além de não passar ou ser bem-sucedido em vestibulares. Aliás, o fim do vestibular seria muito bem-vindo. Por que não fazermos sorteios, uma verdadeira loteria de vagas para preenchermos as faculdades democraticamente? E é importante também reafirmar a bandeira histórica de 10% do PIB para o financiamento da educação em todos os seus níveis. Talvez fosse melhor estatizar as universidades que pedem socorro ao governo e o problema de vagas pode ser repensado, desconstruído e outras conformações poderiam ser propostas, enfim, propostas, propostas, propostas.
O Sarau da Cesta é uma contravenção ao sistema do outro, um não pertencimento às representações midiáticas, desconstrução das idéias e dos discursos hegemônicos de novelas, jogos de futebol,sociedade do espetáculo,vida-shopping. Para além de imposturas tolas e outras bobageiras de abstrações sem fim onde a vida intelectual pode se perder, ser um desserviço. Não, nós não inventamos a roda e também não queremos compartilhar as mesmas rodas frequentadas por este reitor-interventor excelentíssimo sr. Rodas. Sim, nossos protestos podem causar risos. Ri mas não desacredita .Brincar é coisa séria! Se brincar é mais do que uma atividade sem consequência para uma criança, pode ganhar contornos ainda mais dramáticos na vida adulta. Se o ato de brincar da criança seria como o trabalho, o aprendizado ( escola, faculdade) para nós adultos, através desta atividade, ou melhor, do Sarau da Cesta, temos possibilidades de nos relacionar com nossos semelhantes, e o mais importante, diferente do estrelato e das afetações, fazer arte-cidadã, com cuidado para não ficar só no discurso, com cautela de compreendermos juntos o afastamento da violência e da insanidade pelo compartilhamento da palavra, pelo deslocamento desta invisibilidade de excluídos ressentidos ou incluídos amendrontados. Rechaço de inferioridades e da falta de posses, reabilitação de passados perdidos e de iniciativas inspiradas em ações reais e liberações sonhadas.
O papo é reto. Fazer saraus durante praticamente 3 anos na FFLCH-Letras/USP, por mais incrível que pareça para quem desconhece a realidade de marasmo e tédio exorbitante que são seus corredores e, sem desmerecer ou desrespeitar os ativistas políticos que também lutam por uma sociedade mais justa, mais humana e mais fraterna, às vezes é tanto quanto ou ainda bem mais difícil e mais dolorido que gritar slogans em passeatas feito palavras de ordem repetidas sem querer se dar conta , ou sem perceber mesmo, que “se eu não puder dançar essa não é a minha revolução”. Assim dizia Emma Goldman e convido a fazermos coro com ela! Até o presente momento são 16 edições e 2 atos simbólicos em apoio a greve dos funcionários em 2010 e a ocupação no CRUSP – Moradia Retomada. E o melhor é sempre o que está por vir. Afinal, slogan por slogan, viva Martin Luther King! “Eu tenho um sonho! E um sonho profundamente arraizado...” para além dos muros da universidade...Sarau da Cesta ! ! !
É isso.
E para o sr. João Grandino Rodas tudo ? Nada ! ! !
E para o Sarau da Cesta nada ? Tudo ! ! !
Tatiana Busato e Caroline Micaelia( em homenagem)
Cláudio Laureatti ( autor do texto)
“ E para o sr. João Grandino Rodas tudo ? Nada ! ! !
E para o Sarau da Cesta nada ? Tudo ! ! !”
“ A roda é uma das 6 máquinas simples com vastas aplicações no transporte e em máquinas mecânicas, caracterizada pelo movimento rotativo no seu interior.”(Wikipédia). Alavancas, cunhas, molas, eixos de engrenagens e planos inclinados são os outros 5 dispositivos mecânicos. Simplesmente, são espécies de ferramentas capazes de alterar forças, ou para ser ainda mais simples, mudá-las de direção e sentido. Mas ao que isto interessa neste momento de formação de greve? Que o sr. João Grandino Rodas pode ser apenas correia de transmissão de forças muito maiores e mais malignas do que ele em ação. Ganhou a atenção da mídia o último processo sucessório da USP, expondo e ampliando o debate sobre o autoritarismo da estrutura de poder na Universidade de São Paulo, internacionalmente reconhecida a melhor universidade do país. Se considerarmos o levantamento do INEP / MEC, a maior é a UNIP (Universidade Paulista), também levando em conta o número de alunos e em termos de campi espalhados quase em todo território nacional. Existem os ingênuos, porém não existe ingenuidade. A disputa na educação brasileira é a respeito dos diferentes projetos de universidade que coexistem , em disputa não só na USP, porém em todo nosso país. São Paulo é grande mas não é o Brasil.
Voltemos à invenção do Rodas. Assim como nosso objeto circular foi originado do rolo de um tronco de árvore, aconteceu ao jurista e ex-diretor da Faculdade de Direito da USP ser indicado pelo governador do estado de São Paulo mesmo sendo o segundo mais votado de uma lista tríplice para reitor, fato que não ocorria desde a ditadura militar. Também para enrolar um pouco mais o caso, questiona-se inclusive sua ascensão ao posto de diretor da Faculdade do Largo São Francisco. Mas basta de enrolação ! A pergunta é : qual modelo de universidade queremos? UNIBAN ou UNESP ? UNINOVE ou UNICAMP ou ? UNIP ou USP ? Estácio de Sá ou UFRJ ? Queremos que as universidades públicas, estaduais ou federais, entrem na Feira do Rolo Internacional da Educação, onde compra-se, vende-se e troca-se o que quiser, e neste caso, elas aqueçam ainda mais o mercado mundial de mercadorias ou seria melhor estatizar as demais universidades, isto é , ao invés de transferência de renda via estudante ao empresariado da educação, fazer o contrário: o Estado brasileiro comprar as que apresentarem problemas em manter-se funcionando? Propostas, propostas, propostas.
A roda é princípio básico de muitos dispositivos mecânicos. A roda da história também pode ser invertida. Roda da educação que roda cidadania que roda uma outra história possível. Agora falar fatalisticamente que não rola rodar outro filme, outro Brasil, parece mera covardia de povo amendrontado e de classes dirigentes mancomunadas com interesses pouco ou nada nacionais. As ações extremistas colocadas em prática como são as ocupações, dentro e fora dos campi por todo o país, sinaliza que os problemas de nós, brasileiros, incluem terra, moradia, educação básica, muito além de não passar ou ser bem-sucedido em vestibulares. Aliás, o fim do vestibular seria muito bem-vindo. Por que não fazermos sorteios, uma verdadeira loteria de vagas para preenchermos as faculdades democraticamente? E é importante também reafirmar a bandeira histórica de 10% do PIB para o financiamento da educação em todos os seus níveis. Talvez fosse melhor estatizar as universidades que pedem socorro ao governo e o problema de vagas pode ser repensado, desconstruído e outras conformações poderiam ser propostas, enfim, propostas, propostas, propostas.
O Sarau da Cesta é uma contravenção ao sistema do outro, um não pertencimento às representações midiáticas, desconstrução das idéias e dos discursos hegemônicos de novelas, jogos de futebol,sociedade do espetáculo,vida-shopping. Para além de imposturas tolas e outras bobageiras de abstrações sem fim onde a vida intelectual pode se perder, ser um desserviço. Não, nós não inventamos a roda e também não queremos compartilhar as mesmas rodas frequentadas por este reitor-interventor excelentíssimo sr. Rodas. Sim, nossos protestos podem causar risos. Ri mas não desacredita .Brincar é coisa séria! Se brincar é mais do que uma atividade sem consequência para uma criança, pode ganhar contornos ainda mais dramáticos na vida adulta. Se o ato de brincar da criança seria como o trabalho, o aprendizado ( escola, faculdade) para nós adultos, através desta atividade, ou melhor, do Sarau da Cesta, temos possibilidades de nos relacionar com nossos semelhantes, e o mais importante, diferente do estrelato e das afetações, fazer arte-cidadã, com cuidado para não ficar só no discurso, com cautela de compreendermos juntos o afastamento da violência e da insanidade pelo compartilhamento da palavra, pelo deslocamento desta invisibilidade de excluídos ressentidos ou incluídos amendrontados. Rechaço de inferioridades e da falta de posses, reabilitação de passados perdidos e de iniciativas inspiradas em ações reais e liberações sonhadas.
O papo é reto. Fazer saraus durante praticamente 3 anos na FFLCH-Letras/USP, por mais incrível que pareça para quem desconhece a realidade de marasmo e tédio exorbitante que são seus corredores e, sem desmerecer ou desrespeitar os ativistas políticos que também lutam por uma sociedade mais justa, mais humana e mais fraterna, às vezes é tanto quanto ou ainda bem mais difícil e mais dolorido que gritar slogans em passeatas feito palavras de ordem repetidas sem querer se dar conta , ou sem perceber mesmo, que “se eu não puder dançar essa não é a minha revolução”. Assim dizia Emma Goldman e convido a fazermos coro com ela! Até o presente momento são 16 edições e 2 atos simbólicos em apoio a greve dos funcionários em 2010 e a ocupação no CRUSP – Moradia Retomada. E o melhor é sempre o que está por vir. Afinal, slogan por slogan, viva Martin Luther King! “Eu tenho um sonho! E um sonho profundamente arraizado...” para além dos muros da universidade...Sarau da Cesta ! ! !
É isso.
E para o sr. João Grandino Rodas tudo ? Nada ! ! !
E para o Sarau da Cesta nada ? Tudo ! ! !
Tatiana Busato e Caroline Micaelia( em homenagem)
Cláudio Laureatti ( autor do texto)
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